terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
.Me vejo em versos alheios.
Deus sabia do esforço feito por Fermina Daza para não acompanhá-la quando a prima foi conhecer Florentino Ariza na agência do telegrafo. Ela também teria gostado de vê-lo outra vez para confrontá-lo com suas dúvidas, falar com ele a sós, conhecê-lo ao fundo para estar segura de que sua decisão impulsiva não ia precipitá-la em outra mais grave,que era capitular na guerra pessoal com o pai. Mas foi o que fez no minuto crucial da sua vida, sem levar em conta para nada a beleza viril do pretendente, nem sua riqueza lendária, nem sua glória precoce, nem nenhum de seus méritos reais, e sim aturdida pelo medo da oportunidade que lhe escapava e da iminência dos vinte e um anos, que era seu limite confidencial para se render ao destino. Bastou-lhe esse minuto único para assumir na decisão como estava previsto nas leis de Deus e dos homens: até a morte. Então se dissiparam todas as dúvidas, e pôde fazer sem remorsos o que a razão lhe indicou como mais descente: passou uma esponja sem lágrimas por cima da lembrança de Florentino Ariza, apagou-o por completo, e no espaço que ele ocupava em sua memória deixou que florescesse uma campina de papoulas. A única coisa que permitiu a si mesma foi um suspiro mais fundo que de costume, o último: "Pobre Homem!"
Chega a um ponto que não temos para onde correr de nós mesmos. Quando o assunto vem de nossas conjecturas amorosas, a causa dos problemas cardíacos, das incertezas que nos moem as miudezas das lembranças enferrujadas, que passam de ano em ano ali jogadas fora, apenas esquecidas até nos atormentarem com o Se's.
Sempre achei que amar é um ato suicida: lá esta você na ponta, observando e sendo observado, mas o risco de pular ou cair é seu, assim como a decisão que toma para tal. Você pode morrer de amores, ou morrer de horrores, mas nunca saberá se de lá não se jogar. Questão de escolha.
Escolha que fazemos sozinhos e somos nos unicamente a arcar com as consequências. Aprendi que amor é contagioso, quando se ama até seus amigos ficam felizes por você - isso os de verdade.
Amor na vida, ser dona de si por completo, tomar suas decisão pouco se importando com a torcida alheia, dona de seu nariz, do seu corpo, do seu destino.
Eu quero.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Vou pra rua - Sorteio
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Mazzy Star
Foi amor a primeira ouvida.
É super linda, vale a pena conferir.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
.Cólera.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
.Possíveis versos de um livro.
Olhando pela janela viu que lua persistia competindo com as estrelas a imensidão do céu negro, que o frio era cortante, que ao tocar o vidro pode sentir a dormência em seus dedos gelados.
Tinha um pão duro da semana passada, guardado em uma lata em cima da geladeira - que já não funcionava. Um pouco pó de café que mal dava para uma xícara, ela colocava dentro d'água fervendo, enquanto tirava as remelas do canto dos olhos. Sentava na mesa com a cerimônia matinal de todos os dias, servia-se do café ralo que fez e do pão seco que esfarelava na boca, pregando na língua e em suas gengivas pela falta de seus dentes.
A solidão já não era novidade, resolveu passar os seus dias cozinhando em fogo brando sua vida com sua memórias, seus retratos visionários, os recortes de dias importantes.
Levantando-se da cadeira, foi ao banheiro, enganar o corpo, de que estava sendo banhado, assim como fazia com a fome, todas as vezes que sentava-se a mesa, economizando o pouco que tinha. Passava água no corpo mal lavado, de seios muxos, de costas encurvadas, tremia enquanto derramava a água fria do corpo, pois o gás mal deu para ferver a água do café.
Foi ao quarto colocar o vestido que mesmo puído, ainda dava para ver as pequenas flores amarelas desbotadas; a magreza a deixava caber no último presente dado pelo marido.
Depois de vestida e penteada, ela sentou no sofá a espera; a espera da morte; dos filhos que nunca teve; do amor do homem que morreu ao lado dela enquanto dormia, sem tempo para despedidas. Chorou, sentindo o peso da idade, o vazio e a miséria da casa, até o sono lhe pesar as pálpebras enrugadas. Nessa hora, os arrepios tinha acabado, seus dedos já estavam azuis.
Sonhou que estava na estação de ônibus, esperando o rapaz guardar sua mala com os poucos pertences que ainda tinha, embarcou, sentou perto da janela, grudou no vidro feito criança, via as casas passando rápido pelo caminho até sumirem de vista, lembrou que a vida não era diferente, e que sua ia embora, quando o ônibus parasse na próxima estação.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Se chover e eu estiver no meio da rua
Quero tomar banho de chuva.
Sem me importar que o tempo há de passar.
Ou que gripada posso ficar.
Quero mudar a medida que a idade for chegando.
Quero ser madura, sem ter o moralismo me segurando.
De como me comporto quando estou bêbada.
Ou do medo que sinto ao falar de incertezas.
Quero olhar fotos antigas que me dê saudade
De tudo aquilo que passei em todas as idades.
E se for pra chorar, que eu chore de felicidade.