sexta-feira, 31 de julho de 2009

lembre de nós dois.

"Não soltamos as mãos, nem elas se deixaram cair de cansadas ou de esquecidos.
Os olhos fitavam-se e desfitavam-se, e depois de vagarem ao perto, tornavam a meter-se uns pelos outros...
Estávamos ali com o céu em nós.
As mãos, unindo os nervos, faziam das duas criaturas uma só, mas uma só criatura seráfica.
Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham. "


Dom Casmurro - Machado de Assis

quinta-feira, 30 de julho de 2009


..." ai você iria perceber que a nossa história nunca será mais do que já foi..."

Viver para Contar
Gabriel García Márquez

sexta-feira, 17 de julho de 2009



é muito bonitinha essa música. a letra. ou pelas lembranças talvez.

" You're a part time lover and a full time friend
The monkey on you're back is the latest trend
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you."

Anyone Else but You - Juno


Traduzindo Calcanhotto...


Sou seu destino, sou seu poeta se você quiser ouvir.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Péssimo dia pra pensar em você.
Eu esculto o Vambora.
Por que demorou tanto?.
É o mesmo que a alimentar um passado nunca vivido.
Tendo o teu cheiro, teus gestos, teu jeito, teus modos.
Assim nas cinzas das horas.
Fazendo as lembranças se arrastarem nos versos, nas músicas, nos sorrisos, na boca, enquanto cantava.
Quando me falava da rotina.
Com aquele seu jeito educado ás vezes debochado.
O cara que olhei e achei um chato.
Que pela a inteligência me chamou atenção.
Ou por alguma outra coisa bem mais abstrata.
De fato tão invisível, inalcançável que só podia ser sentido.
Retido por melhor dito.
Que me fazia tremer por dentro.
Me dividia. Me fazia sentir assim.
Duvidosa.pequena. Infantil. e mal educada.
É o seu efeito em mim que me assusta.
Por que me afasta daquilo que me é importante.
Do que me é necessário.
Como se fosse a única coisa que existisse.
Na imensidão desse mundo.
Me fazendo desejar teu beijo com muito veneno.
O que matou. O que deu uma nova vida.
Você é perigo. Lembrar você também.

Como uma pedra que divide o rio. você me dizia coisas bonitas. rimas fáceis. caláfrios. num segundo teu no meu. por um segundo mais feliz. São os amores secretos baixo dos guarda-chuvas.
É mais fácil mimeografar o passado que imprimir o futuro.
.Inefável. indizível. Encantador. inebriante. Raro. incomum. Embriagar. as lembranças.. enterro por aqui.

segunda-feira, 13 de julho de 2009






















Nas minhas curvas e esquinas

Vivem desejos que fogem das mãos
Fazendo o coração corar de vez

Em vez.

3 Na Massa - O Seu Lugar


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Poesia .


Minha casa - Zeca Baleiro

É mais fácil
Cultuar os mortos
Que os vivos
Mais fácil viver
De sombras que de sóis
É mais fácil
Mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...

Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo...

Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas...

Amoras silvestres
No passeio público
Amores secretos
Debaixo dos guarda-chuvas
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar...

Veja o mundo passar
Como passa
Uma escola de samba
Que atravessa
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Sentado na porta
De minha casa
A mesma e única casa
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei...

quarta-feira, 8 de julho de 2009


Primeiro estranha-se depois entranha-se.

.Fernando Pessoa.

terça-feira, 7 de julho de 2009



Coloquemos pois os pés no chão.
Um pouco de lirismo ás vezes se torna necessário.
Na vida precisamos de poesia.
Mas nos deixemos assim.
Amar é a melhor forma de se expressar.
Se é uma constante que se precisa... Ame-a!


"Ó doces prendas por mim mal achadas (...)

Quando paro a contemplar meu estado e ver os passos por onde me trouxeste
Eu acabarei, pois me entreguei sem arte a quem me saberá perder e acabar (...)
Enfim a vossas mãos hei chegado (...) onde sei que hei de morrer (...)
Para que só em mim seja provado o quanto corta uma espada num rendido".

Gabriel García Márquez - Do amor e Outros Demônios

Toma um pouquinho de mim

Muitos dias, muitos versos, muito sentimento... Muitos livros.
Quantas palavras bonitas.
Saudade do que não existiu.
Talvez do que nunca chegaria a existir de fato.
Enfim os SE é encerrado por aqui.
Acho que sim, talvez não.
Prefiro pensar que sim.
Você tem cheiro de aventura, em que nas curvas corre-se o risco de amar.
Um demônio difícil de se livrar.
Ainda mais quando sei que amor não poderias me dar.
Não por que não queres talvez sim, talvez não.
Mas acho que te amar também não poderia.
Não é que não me convém.
É que tanto me fechei para isso que acharia impossível.
Mas as lembranças foram guardas estão aqui com os nosso segredos.
Aqueles que a gente fingi não ter.
Aqueles que a gente fingi não saber.
Você é poesia na minha vida.
Mas não soube fazer a música soar para eu dançar.
Você é poesia.
Mas me toca com sentimentos irreais.
Eu gosto do concreto, você sabe.
Sei lá certezas, eu me sinto tão segura assim.
E contigo o que seria? Já voltamos para o SE.
Ainda tenho saudades.
Mas. Não teria contigo o que tenho agora.
Amor.
E isso é o que me faltava.
Queria contigo. Mas não podias me dar.
A poesia não me bastava.
Eu precisava amar.
O que sobrou entre nós foi isso.
As nossas palavras não ditas.
Toda a poesia que você colocou na minha vida.
Você também me fez melhor.
Sempre me senti pequenininha perto de tudo isso.
E saudade de mais, de menos, de sempre.
Você é todo leveza, é solto demais pra mim.