sexta-feira, 30 de julho de 2010
Tinha bebido o bastante para não sentir se culpada,
Notou quando errou a boca da garrafa.
Quando o fitou com timidez aguçada.
Da vontade que sentia, todas as vezes que notava
A sobrancelha dele levantada,
O significado de alguma palavra.
E não diria que estava cansada.
Ou quantas vezes o choro a arrebatou.
Ou quantas vezes sentiu um peso no peito, por causa da dor.
De como não sabia até quando iria.
Com a conclusão de amor sofrido e dissimulado
Que vivia das migalhas
Do amor que um dia lhe foi declarado.
Optou pela ebriedade que o vinho amargo trazia.
Dos ouvidos atenciosos que a ouvia.
Era uma noite de Outubro
Que até o céu estrelado se rendia
A evocação ao amor
Que noite possuía.
Tenho medo de amores assim...
mas o desejei.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Que me bole por dentro
O que será que me dá?
Que brota à flor da pele
O que será que me dá?
E que me sobe às faces
E me faz corar
E que me salta aos olhos
A me atraiçoar
E que me aperta o peito
E me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo
Me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá.
O que não tem remédio, nem nunca terá.
O que não tem receita.
O que será que será?
Que dá dentro da gente
E que não devia
Que desacata a gente que é revelia
Que é feito uma água ardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos toda alquimia
E nem todos os santos
O que será que será?
O que não tem descanso, nem nunca terá.
O que não tem cansaço, nem nunca terá.
O que não tem limite.
Que me queima por dentro, será que me dá?!
Que me perturba o sono, será que me dá?!
Que todos os tremores vem agitar
Que todos os adores me vem atiçar
Que todos os suores me vem encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a aclamar
Que uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá.
O que não tem governo, nem nunca terá.
O que não tem juízo.
O que será que será? - Milton Nascimento
quarta-feira, 28 de julho de 2010
.Homem tem que ser tratado igual cabelo.
terça-feira, 27 de julho de 2010
A começar por tua fala arrastada, de voz embargada
De vontade contida, de teus dedos nervosos... ás bochechas rosadas.
É teu colo abaixando e subindo, por sua respiração sufocada.
É teu cabelo tapando a sua cara,
O desenho que teus dedos fazem ao apertar os meus braços.
Nas vezes que procuro te sufocar com beijos.
De como é fácil sentir tuas costelas
Do desenho que faz tua cintura
Em contraste com o pouco de luz que vem da janela.
Como contorce o corpo quando lhe beijo o ventre.
Quando olho sem distração, a tua reação,
Se ousar descer por tuas pernas
E me perder por entre os caminhos que trazem teu corpo
Na minha boca desejosa, os teus desejos ardentes
Traduzido em palavras atravessando os teus dentes.
Eram os dedos por entre as pernas
A brincar com teu joelhos e coxas.
Até sentir as pernas tremulas e úmidas de moça.
É tapar lhe a boca quando clímax estiver chegando
Pois é sempre as escondidas
Quando de amor estou falando.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
.O que me defina.
Gosta de bocas cantadas, faladas, cansadas e das que pediam para serem beijadas.
Secava por dentro escondendo o desejo pelas proíbidas.
E dela, a boca de coringa, herdado do pai o sorriso sacana.
Das palavras sem malicia, da timidez disfarçada.
Todas as vezes que é descoberta, despida as avessas.
Conta pintas com o mesmo encanto que contava as estrelas.
Define os outros, mas nunca conseguiu dar nome a si mesma.
É um muro por fora, uma casca de ovo por dentro.
Escreve, apaga, se mostra em palavras, em músicas e versos.
Tem duvidas sobre coração divido.
Decisões tomadas em ato repentino.
Gosta de seguir as covinhas pelo corpo,
E procura entre os outros,
Covas iguais as de seus ombros.
Sente o coração apertado,
Pois sempre que ama, é em demasiado.
Escrevia sempre que podia,
Quando a inspiração surgia.
Uns versos eróticos, outros comportados, uns acanhados, outros amados.
De saudades declarada, de amor escondido.
Dentro de versos proibidos, um amor congênito.
Que surgi e vai embora,
De tempo em tempo.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
.ah! tristeza.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Notei uns textos em seu caderno, várias vezes rabiscados,
Umas poucas linhas, uns traçados.
Lembrei da noite que com você sorria
Como se abria em sorriso mostrando a sua gengiva.
A pequena cova no queixo,
O desenho que fazia as tuas bochechas,
Enquanto falávamos de amenidades e pessoas alheias.
Vi a tatuagem que fez nas costas.
Como ainda continuavam lindas, as tuas pernas grossas.
Os furos em teus ombros que nunca vi em ninguém.
As pintas em teu pescoço.
A sobrancelha que bagunçava
Das vezes que te olhava.
Como subiam tuas veias
Em contraste com tuas unhas vermelhas.
Com o peso do teu caderno de capa amarela e folhas coloridas.
E como ainda era empolgada ao falar da vida.
Para os meus sonhos vinha, atormentava,
Quando com ela conversava, já imaginando a despida
Nua, na minha sala vazia.
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
terça-feira, 6 de julho de 2010
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
Eu te Amo - Chico Buarque de Holanda
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Pablo Neruda
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Valeu Dunga eu poderia estar em casa descansando em plena terça-feira.
Mijei de rir